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Natura, Eldorado e Estácio: Os recentes desenvolvimentos do mercado de M&A brasileiro

Mercado de M&A começa a reagir e nova onda de fusões e aquisições pode movimentar o próximo ano no Brasil.

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Apesar do cenário de crise e de, nos últimos anos, empresas nacionais e internacionais terem adiado investimentos no Brasil, o segundo semestre de 2017 começou aquecido no mercado de M&A no país. Prova disso foram as recentes movimentações envolvendo seis companhias de diferentes segmentos.

No intuito de ampliar seu campo estratégico internacional, o grupo Natura investiu 1 bilhão de euros na compra da famosa rede de lojas inglesa The Body Shop, da L’Oreal. Com isso, a fabricante de cosméticos – que já controla a marca australiana Aesop – mais que triplicou sua presença no mundo, dando um passo importante para sua entrada nos principais mercados de produtos de beleza. Além disso, a brasileira passará a ter um faturamento de R$11,5 bilhões, estará presente em 70 países e contará com 3,2 mil lojas ao redor do globo.

Ainda em fase de negociações está a Fibria – maior produtora de celulose de eucalipto – que manifestou interesse e já se diz pronta para fazer proposta pela concorrente Eldorado Brasil, pertencente do grupo J&F Investimentos. Para a gigante brasileira, uma futura fusão seria o caminho mais fácil para chegar aos acionistas já que, de acordo com o presidente da Fibria, Marcelo Castelli, o M&A é a opção que mais agrega valor ao mercado de ações, atualmente. Para especialistas da Bloomberg, a solidificação do negócio ajudaria a reduzir a instabilidade dos preços.

Indo de encontro ao bem-sucedido processo de aquisição da Natura, está a tentativa de fusão, anunciada em 2016, entre as duas maiores empresas de ensino privado do país. A Kroton Educacional, detentora da Anhanguera e da Unopar, tentou se unir a Estácio e juntas teriam quase a metade do mercado de educação superior à distância e uma boa fração de estudo presencial. Foi por esse motivo que o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) barrou a compra, já que a possiblidade de união acarretaria a alta concentração do mercado. Juntas, as duas formariam uma companhia de aproximados R$ 25 bilhões e mais de 1,6 milhão de alunos. Apesar da rejeição, a Kroton já tem planos de expansão independentes e pretende ampliar seu camping de atuação a curto e longo prazo.

Toda essa movimentação pode ser vista com bons olhos sob as perspectivas do mercado de M&A que já trabalha com um cenário mais positivo em relação aos três anos anteriores. As boas expectativas estão baseadas na estabilidade do câmbio e, também, nas valuations realistas dos ativos domésticos. E as expectativas estão voltadas para 2018, que promete chegar com uma onda de fusões e aquisições no país.

Claudio Yamashita