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Boas Práticas para a Recuperação de Empresas em Risco: Transações de M&A Bem-Sucedidas de Ativos de Alto Risco

Nesta série, você vai aprender a melhor forma de executar turnarounds. Descubra quais os passos a tomar com uma empresa em dificuldades para facilitar uma transação bem sucedida.

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Nesta nova série, a Intralinks reuniu-se com Yoav M. Cohen, Diretor Executivo e CEO da NYC Advisors, LLC, para saber mais sobre a melhor maneira de realizar a recuperação de ativos.

É importante lembrar que a recuperação nem sempre é possível, e às vezes o fechamento da empresa e/ou a venda dos seus ativos para pagar os credores é a melhor opção. Neste artigo, Yoav abordará um caso em que isso foi necessário, e também como as etapas que ele executou na empresa em risco para facilitar uma transação bem-sucedida.

Recentemente, recebi um telefonema urgente de um financiador garantido por ativos que me pediu para realizar uma análise imediata de seu empréstimo com garantia contra um fabricante de bens de consumo com capital de US$ 50 milhões.

Na manhã seguinte, me reuni com o CEO da empresa, que me contou que estava nas etapas finais da venda da empresa, mas, no último minuto, o comprador desistiu do negócio. Durante os meses finais que levavam à venda, a empresa esteva pressionada por um declínio acentuado em novos pedidos de seu maior cliente, causando um grande encolhimento no fluxo de caixa e incapacidade de pagar seus fornecedores e funcionários.

Analisei as contas a receber e o estoque e determinei que a garantia real dada na ocasião do empréstimo estava quase US$ 1 milhão abaixo do que deveria. Além disso, o financiador não estava mais transferindo fundos para a empresa, de modo que ela mal tinha caixa para continuar as operações por mais uma semana.

A única opção era tentar vender os ativos da empresa, constituídos apenas de pedidos atuais e futuros, para um comprador estratégico. Um comprador estratégico poderia assumir imediatamente a compra de produtos acabados dos fornecedores da empresa, de modo que os clientes recebessem seus pedidos a tempo, e então entregar todos os pedidos futuros para manter a base de clientes.

Primeiro, me reuni com o comprador que havia desistido da transação e ofereci a venda dos ativos da empresa por um valor substancialmente inferior ao que ele estava disposto a pagar algumas semanas antes. Negociamos uma transação pela qual o credor do empréstimo garantido tomaria posse dos ativos e os venderia ao comprador, protegendo assim a empresa e o comprador contra uma transação de transmissão fraudulenta. Alcançamos um acordo final em uma semana e definimos um tempo para o fechamento; porém, o comprador novamente se retraiu e nunca apareceu para fechar o negócio.

Na noite do fechamento cancelado, o CEO e eu nos reunimos com outro comprador estratégico e, após uma hora e meia de discussão, selamos um negócio melhor do que aquele que acabáramos de perder – mais dinheiro e nenhuma contingência. O negócio foi fechado em catorze dias úteis, e o financiador garantido recebeu a maior parte de seu empréstimo de volta.

Portanto, o que levou a uma venda e recuperação bem-sucedida do empréstimo garantido do financiador?

1. A rápida análise da situação, a definição de um plano de ação e sua rápida execução
2. Implementar um plano agressivo para cobrar todos os títulos e contas a receber
3. Reunir-se com diversos compradores estratégicos para discutir os méritos de uma transação que seja boa tanto para o credor quanto para o comprador
4. Comunicar-se com as fábricas e com os clientes e garantir o envolvimento de ambos
5. Comunicar-se com a equipe de vendas (que foi instrumental para manter os clientes informados) e ajudar o eventual comprador a entregar os pedidos (a maior parte do pessoal de vendas recebeu oferta de emprego com o novo comprador)

Para o sucesso na facilitação de uma venda de ativos de alto risco, devemos conhecer rapidamente os principais problemas e, então, analisar os detalhes e desenvolver um plano com a diretoria e os credores (neste caso, a financeira do empréstimo garantido) para solucionar cada desafio. Ao conduzir a execução do plano, precisamos ser capazes de tomar decisões rápidas e ter a flexibilidade para mudar de curso, quando necessário.

Yoav M. Cohen