3 minutes

Será que a América Latina ficou fora da festa de M&A?

O último Intralinks Deal Flow Predictor da Intralinks revelou que a atividade global de deals em estágio inicial sofreu aumento em quase todos os lugares, exceto na América Latina.

Thumbnail

Será que a América Latina ficou fora da festa de M&A?

A última edição do Deal Flow Predictor (DFP) da Intralinks revelou um aumento na atividade de deals globais em estágio inicial nos últimos meses. A atividade de deals globais em estágio inicial no 4º trimestre de 2015 teve um aumento de 8,1%, uma taxa mais rápida de crescimento em relação ao aumento de 5,2% do trimestre anterior.

A aceleração na taxa de crescimento da atividade de M&A em estágio inicial no 4º trimestre de 2015 foi observada em praticamente todas as regiões, exceto em uma, a América Latina. Na América do Norte, a atividade de M&A em estágio inicial aumentou 5,4%, após o declínio de 3,2% ocorrido no 3º trimestre de 2015. Na região da Ásia-Pacífico, a atividade de M&A em estágio inicial aumentou 9,8% no último trimestre, em comparação com 1,8% no 3º trimestre de 2015. Na Europa, Oriente Médio e África (EMEA), a atividade de M&A em estágio inicial aumentou 11% no 4º trimestre de 2015, em comparação com 10,4% no 3º trimestre de 2015.

Contudo, na América Latina, a atividade de M&A em fase inicial caiu vertiginosamente, com aumento de apenas 7,4% no 4º trimestre de 2015, uma queda significativa em relação ao aumento de 48,6% no 3º trimestre de 2015. A América Latina parece estar perdendo a onda da atividade de deals que varre o resto do mundo. De fato, a recente queda nos deals na LatAm cobra um preço psicológico dos profissionais do setor na região. Apenas 26% dos participantes latino-americanos no DFP da Intralinks estão otimistas sobre o ambiente atual de deals, a mais baixa porcentagem neste quesito que já vimos desde que iniciamos a pesquisa, no 4º trimestre de 2013. Esta impressão fica ainda mais acentuada quando comparada com outras regiões: 63% dos profissionais de M&A na Europa, Oriente Médio e África (EMEA), 48% na América do Norte e 51% na Ásia demonstram otimismo com o ambiente atual de deals.

Além da situação econômica e política desfavorável no Brasil, o gigante da região, a América Latina está e continuará suscetível ao declínio econômico da China e, especificamente, a uma redução no apetite anteriormente insaciável da China por commodities. A queda na demanda por commodities na China tende a ser o principal influenciador do clima morno de deals na LatAm. As commodities respondem por um grande conjunto de oportunidades de M&A na região. Os setores com a maior oportunidade em termos de receita na LatAm, na plataforma on-line de aquisições de deals Intralinks Dealnexus® no fim do 4º trimestre de 2015 são, de fato, todos aqueles baseados em commodities: metais, mineração, equipamentos e serviços de energia, transporte terrestre de cargas, produtos químicos e produtos alimentícios.

O clima para deals na América Latina

Um declínio no crescimento anteriormente fabuloso da China realmente é motivo de grande preocupação para os negociadores latino-americanos. A Pesquisa de Opinião Trimestral da Intralinks sobre a atividade global de M&A revela que 43% dos negociadores da LatAm estão preocupados com o impacto de um declínio econômico na China sobre a atividade de M&A, em comparação com apenas 36% dos negociadores na Europa, Oriente Médio e África.

Entretanto, as impressões dos negociadores da América Latina não são tão sombrias quanto poderíamos pensar. Apesar da situação no Brasil e da desaceleração da economia na China, a atividade de M&A na LatAm parece destinada a surpreender positivamente, enquanto o crescimento econômico no México se acelera e os negociadores atentam para a potencial recuperação e dados demográficos atraentes da região. Enquanto isso, como já mencionamos, embora apresentem declínio em relação ao salto de 48,6% no 3º trimestre de 2015, os números do DFP da Intralinks para a região ainda são positivos, com crescimento de 7,4% no 4º trimestre de 2015. O impressionante aumento na atividade de M&A em estágio inicial no 2º semestre de 2015 na LatAm, após um período de crescimento fraco ou negativo durante os seis trimestres anteriores, indica um interesse renovado na região pelos negociadores. Em essência, os negociadores parecem dispostos a ignorar as más notícias econômicas para a região no momento, e estão se posicionando para uma recuperação esperada. Além disso, mudanças demográficas, juntamente com uma classe média emergente com maior renda disponível, tornam a América Latina um destino cada vez mais atraente para investimentos, especialmente para empresas de produtos de consumo.