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O papel da tecnologia no futuro da governança

Nas últimas semanas, duas notícias nos mostraram como a governança está se tornando uma questão mais presente no ambiente sócio-político e de negócios no país

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Nas últimas semanas, duas notícias nos mostraram como a governança está se tornando uma questão mais presente no ambiente sócio-político e de negócios no país, acompanhando tendências globais de fortalecimento de ações de compliance.

A primeira é sobre o Projeto de Lei 342/2016, que atualmente tramita pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado e prevê o aumento de dois para seis anos em reclusão para crimes de quebra de sigilo bancário. Segundo o autor do PL, o avanço tecnológico traz a necessidade de atualizar a legislação e punir mais severamente colaboradores de bancos e terceiros que contribuam para a violação de dados bancários.

A segunda é a decisão do MPF/SP de processar o INSS e uma instituição financeira que utilizou dados sigilosos de aposentados e pensionistas para enviar propostas de crédito consignado. Embora ainda não esteja claro como a financeira obteve acesso a essas informações, a ação requer que o INSS seja obrigado e implementar medidas que garantam o sigilo dos dados.

Essas notícias nos dão uma ideia dos desafios que as empresas terão de enfrentar, com sanções mais graves para violações de dados ao mesmo tempo em que ainda não possuem controle total sobre ações de colaboradores. Nesse cenário, a tecnologia se torna um dos maiores aliados, pois permite que organizações compartilhem e monitorem suas informações sigilosas, independentemente do perfil do usuário.

Além da criação de uma cultura de proteção a dados, é preciso trabalhar para que ela extrapole os limites das empresas e alcance todos os stakeholders. Para isso, o papel da tecnologia é criar um balanço entre confidencialidade e produtividade, com medidas para apoiar a segurança de dados críticos, criar regras claras de utilização, compartilhamento e preservação de informações sigilosas e acompanhar, em tempo real, o fluxo de informações circulante da empresa.

Mais que uma mudança processual, essa movimentação deve ser um processo de mudança cultural, uma vez que as transformações exigidas não acontecem de um dia para o outro. Mas uma coisa já é certa: o custo, tanto financeiro quanto de risco à imagem, de não se adequar às novas tendências em governança é muito maior do que o de implantá-las.

 

Marcelo Fernandes