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Mineração: enterrada, mas não esquecida?

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Mineração: enterrada, mas não esquecida?

Já há algum tempo, os meios de comunicação têm sugerido que o “boom” da mineração terminou, mas será que este é realmente o caso, ou estamos apenas entrando em uma fase de crescimento diferente para o setor de recursos naturais?

Certamente, 2013 foi um ano de desafios para recursos naturais e commodities.  A ebulição nas avaliações das ações das maiores mineradoras da Austrália já baixou, assim como os preços de commodities, e a economia chinesa não cresceu tão fortemente quanto em anos anteriores.  Isso levou alguns analistas a prever o fim do “boom” da mineração.  No entanto, outros acreditam que o setor está simplesmente migrando para um estágio diferente de crescimento.

Jon Cane, diretor do escritório jurídico Allion Legal, está entre os que defendem esta última opinião.  “Não acreditamos que o boom da mineração e dos recursos naturais acabou.  O mercado está fraco há um ou dois anos.  Tem havido pouco apetite para captação.  Os bancos pararam de emprestar para o setor.  Alguns ativos marginais também foram colocados em espera em virtude da pressão dos preços das commodities.  Contudo, com o retorno do mercado de Oferta Pública Inicial geral, o ânimo está melhorando”, explica.

Como prova disso, Cane aponta para uma série de levantamentos secundários feitos recentemente no setor de recursos naturais, bem como para a retomada da atividade no mercado intermediário.

“Nós achamos que não estamos muito longe de um retorno do mercado de IPO no espaço de recursos de média capitalização”, afirmou.

Um dos fatores que conduzem a essa atividade, de acordo com Cane, não é apenas a força econômica da China, mas também a abertura da região asiática como um todo.

A China ainda é forte, mas estamos vendo um enorme apetite por recursos na região asiática como um todo.  Há muito mais atividade acontecendo em áreas que não vimos antes.  Temos ouvido sobre ativos em lugares como Mongólia e Mianmar, e essas áreas não estavam disponíveis no passado”, ressalta.

O interessante, analisa Cane, é o grande interesse entre os investidores de private equity por ativos de recursos naturais: fundos de private equity investiram recentemente em ativos na Austrália e em empresas australianas com ativos no exterior.  Por exemplo, um dos clientes australianos de Cane, com ativos no Reino Unido, recebeu recentemente um investimento de uma empresa de participação privada com sede em Hong Kong.

“Portanto, estamos observando esses fundos especializados em mineração que existem no exterior, certamente, no Reino Unido e nos EUA, demonstrando interesse em investir na Austrália”, releva Cane.

A mineração está se tornando mais ampla, se não mais profunda, de acordo com Cane.  Você concorda e já notou evidências de atividade nas partes mais inusitadas do mundo?