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M&A em 2017: Vazamento de Dados, Influência Política Superestimada e Deals Maiores

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2016 foi um ano e tanto: preocupações no mercado, reviravolta política e desaceleração da economia global...

Mas o que todos esses fatores têm em comum?

Eles não influenciaram (verdadeiramente) a atividade global de M&A no contexto mais amplo. Uma vitória bem-vinda para a comunidade de M&A.

Agora que estamos em 2017, a Intralinks entrevistou 440 negociadores globais para determinar o sentimento geral e as perspectivas para os próximos meses. Houve realmente alguma mudança ou a atividade de M&A permanecerá tão dinâmica como sempre?

Política: superestimada?

Como esperado, o presidente Trump e a sua nova administração dos EUA provocarão a maior influência nos deals de M&A globais ao longo dos próximos doze meses, de acordo com 45% dos participantes. No entanto, a pesquisa também revela que a decisão da Grã-Bretanha de deixar o mercado único e dirigir-se para um "Brexit árduo" não influenciará a atividade de M&A transnacional com alvos no Reino Unido. Esse é um resultado bem-vindo para a cidade de Londres, que atualmente passa por dificuldades, com os grandes bancos anunciando a mudança de pessoal para o continente europeu, como resultado do Brexit.

Só o tempo dirá se o presidente Trump e a nova administração dos Estados Unidos, ou o potencial processo do Brexit, influenciarão negativamente os deals de M&A globais. Na Intralinks, vimos claramente a atividade de M&A resistir à instabilidade política ao longo do último ano, já que os compradores avaliam as novas oportunidades levando em consideração as novas condições macroeconômicas e promovem o crescimento dos volumes de deals de M&A. Claro: pode haver diferenças regionais e deals incomuns, mas globalmente, o cenário tende a ser nivelado e permanecer sob controle, apesar das mudanças políticas, por exemplo.

Vazamentos de dados e deals: sinal ou interferência?

Levando em consideração as recentes notícias sobre o vazamento de dados, a influência das valorizações e o tempo para conclusão do deal, qual é a gravidade do problema? A nossa pesquisa mostra que 50% dos negociadores acreditam que o vazamento de dados das empresas alvo de M&A pode reduzir as valorizações do licitante de 5% a 20%.

Aplicando essas porcentagens ao contexto dos grandes deals, o megadeal médio foi avaliado em US$ 14,6 bilhões em 2016, de acordo com a Thomson Reuters (nesse caso, megadeals são avaliados em + US$ 5 bilhões). Se aplicarmos essas porcentagens, isso significa que o vazamento de dados pode reduzir os valores dos deals em até US$ 3 bilhões. E isso é muito dinheiro.

Além disso, 24% dos negociadores acreditam que mais deals não serão concluídos em função dos problemas de vazamento de dados e de cybersegurança ao longo dos próximos seis meses, em comparação aos seis meses anteriores, e apenas 9% acreditam que menos deals fracassarão.

Parece que 2016 deu início aos vazamentos de dados mais conhecidos que influenciaram os deals de M&A. Os negociadores não acreditam que haverá redução desses tipos de vazamentos, porém, a questão é saber quantos deles ainda ocorrerão. Esperamos que mais atenção seja dedicada aos problemas de cybersegurança de M&A em 2017.

Grandes deals a caminho

A nossa pesquisa também descobriu um sentimento positivo em relação ao valor e ao volume dos deals. 45% dos negociadores esperam que o valor total de deals anunciados em suas regiões seja maior nos próximos seis meses, em comparação aos seis meses anteriores. 53% dos negociadores globais também esperam participar de mais deals ao longo dos próximos seis meses. Considerando a instabilidade do cenário político e econômico, os negociadores ainda estão otimistas. Mais uma vez: isso mostra a resiliência do mercado de M&A, que deve continuar nos próximos seis meses.

O mais recente Deal Flow Predictor da Intralinks, que prevê com precisão o volume de anúncios de M&A seis meses antes, será lançado no dia 14 de fevereiro de 2017. Para obter mais previsões sobre a atividade de M&A em 2017, clique aqui.